domingo, 24 de abril de 2011

Homens e Deuses





“ Homens e Deuses ”- “ Des hommes et des Dieux “, França, 2010

Direção : Xavier Beauvois


O diretor francês Xavier Beauvois escolheu o Salmo 82 da Bíblia católica como epígrafe de seu filme “Homens e Deuses”:

“Eu disse: Vós sois deuses e todos vós, filhos do Altíssimo.

Todavia, morrereis como homens e caireis como qualquer um dos governantes.”

O Livro dos Salmos é o coração do Antigo Testamento.

Lá estão poemas e cânticos que foram entoados em hebraico, há milênios, no Templo de Jerusalém e hoje são recitados como orações ou louvores tanto no judaísmo como no cristianismo e também no islamismo.

Escritos em hebraico, depois traduzidos para o grego e o latim, os salmos são um elo comum, e raro, entre as três grandes religiões monoteístas.

Foi certamente por isso que o sensível diretor Xavier Beauvois escolheu um salmo para introduzir o seu filme, que fala de solidariedade e de aproximação entre os homens, seja qual for a sua religião.

O filme levou o grande prêmio em Cannes, além de ganhar o César de melhor filme francês e foi campeão de bilheteria.

Essa história real que é contada lentamente, com simplicidade e emoção, nos leva para um mosteiro em uma região remota da Argélia, na última década do século passado.

Vamos observando, no filme, cenas do cotidiano da vida austera de oito monges que cuidam da terra e dos animais de uma pequena propriedade, fabricam mel, rezam e convivem em paz uns com os outros.

Mas a principal função deles é atender, sem intenções missionárias, a população do vilarejo próximo que recorre ao mosteiro em suas aflições, seja do corpo, seja do coração. Recebem conselhos e remédios ministrados de graça, com simpatia e cuidado.

Na feira local, os monges vendem seus produtos lado a lado aos moradores da vilazinha pobre.

Na singela capela do mosteiro, entoam cantos gregorianos com beleza e convicção.

O velho médico, o irmão Luc (Michael Lonsdale), atende todo dia uma longa fila de pacientes. São mulheres que trazem crianças, velhos com problemas de saúde de todo tipo e até feridos graves. Não recusa ninguém.

Mas o país está em plena guerra civil e começa a ter problemas com fundamentalistas exaltados e grupos armados de terroristas.

Um dia eles chegam àquela região longínqua.

Em uma noite de Natal, com a neve caindo, ao invés de paz na terra, esses homens de boa vontade terão suas vidas sacudidas por uma escolha difícil: ficar ou abandonar o vilarejo à própria sorte?

A população pobre precisa tanto deles que à certa altura do filme ouvimos uma moradora dizer aos monges:

“- Nós somos os pássaros, vocês são os galhos. Se forem embora onde vamos pousar? ”

Mas eles estão encurralados pelo governo argelino que quer vê-los longe da Argélia, já que lembram a odiada ocupação francesa e os grupos armados que não gostam da influência que os monges exercem sobre a população do vilarejo.

Não há possibilidade de negociação.

O prior (Lambert Wilson), mortificado por essa decisão terrível, busca a ajuda de Deus na natureza e o seguimos em longas caminhadas entre as árvores seculares. À mesa ouve cada um dos monges sobre sua decisão pessoal.

Dolorosa mas consciente vai ser a posição que eles vão preferir.

Uma última ceia comovente, ao som de um inesperado e bem escolhido “Lago dos Cisnes” de Tchaikovsky, emociona e nos faz ainda mais próximos desses monges exemplares, que a câmara nos mostra em closes reveladores, interpretados por atores excepcionais. Cinema em tom maior.

A fé desses homens será a solução para um dilema que será colocado dramáticamente.

Um filme tocante e com um tema muito atual: até quando a humanidade vai preferir a violência ao diálogo?

Vá você também ao cinema pensar sobre esse assunto.




terça-feira, 12 de abril de 2011

Rio





“Rio”- Estados Unidos, 2011

Direção : Carlos Saldanha





Uma manhã em paz. Árvores tropicais e palmeiras em meio à neblina matinal nas encostas das montanhas. Aos poucos, o pio de pássaros vai acordando a floresta adormecida.

Ouve-se o som de uma cuíca que vai agregando os instrumentos de uma escola de samba. E explode a coreografia colorida de papagaios e araras, cantando o Carnaval no Rio.

Uma abertura que homenageia a cidade natal de Carlos Saldanha, criador da animação mais bonita dos últimos anos. O Rio, aqui mais do que nunca “a cidade maravilhosa”, vai ser o pano de fundo das aventuras de uma ave em extinção no Brasil, a ararinha azul, que na verdade só é encontrada em cativeiro.

Entramos em um oco de árvore e lá está o filhote sem a mãe. Rebola o rabinho ao som da música que canta a magia do Rio. Mas, enquanto as araras amarelas aprendem a voar com a mãe delas, a ararinha azul órfã cai do ninho... E é enjaulada por traficantes de pássaros.

A sorte do nosso órfão é que Linda (voz de Leslie Mann), uma menina de óculos e olhos meigos é quem abre a caixa onde ele está aprisionado, triste e assustado, depois de uma longa viagem de avião:

“- OK. OK. Eu vou tomar conta de você“, promete a garota.

Amigos para sempre.

A partir daí, batizado de Blue (voz de Jesse Eisenberg), a ararinha azul é seu animal de estimação e é tratado como uma criança querida.

Os dois se bastam em uma cidadezinha dos Estados Unidos, onde Linda tem uma livraria. Tímida, Blue é a única companhia dela.

Mas, eis que em um frio dia de inverno, chega Túlio (voz de Rodrigo Santoro), um ornitólogo (entendido em pássaros) com um cachecol verde e amarelo, que dá a notícia:

“- Viajei 10.000 milhas só para vê-lo. Blue é o último macho de sua espécie. Encontramos uma fêmea e temos que ir todos para o Rio de Janeiro.”

Ele joga a ararinha azul para o alto, na esperança de vê-lo voar para que possa haver o acasalamento mas...Decepção. Blue não aprendeu a voar...

“- Talvez ele seja muito domesticado... Mas temos que tentar porque ele é a nossa única chance.”

Blue e Linda se entreolham preocupados.

E, a partir da chegada ao Rio, começam as aventuras de Blue em pleno Carnaval carioca.

A ararinha azul fêmea, chamada Jade nas legendas da versão original mas que é Jewel, jóia em inglês, na voz de Anne Hathaway, é sestrosa, tem olhos azuis e faz de tudo para que Blue possa voar.

Eles vão rodar pela cidade em companhia de outros pássaros, o cardeal Nico e o canarinho Pedro, exímios sambistas, e o descolado tucano Rafael que ajudam o par azul a escapar dos traficantes e da malvada cacatua Nigel, que é o vilão da história.

Um buldogue simpático e micos pivetes também dão a ar de sua graça e aprontam confusões divertidas.

São cenas que vão se desenrolando em ritmo acelerado, que mostram muito bem a cidade, desde as calçadas de Copacabana, ao bairro de Santa Tereza com o bondinho, Ipanema, o Pão de Açucar, a Pedra da Gávea e as asas delta, sem deixar de passar pelos barracos e vielas das favelas cariocas.

Tudo muito bem cuidado. Vê-se que um carioca “da gema” lembrou-se de todos os detalhes que fazem do Rio uma cidade única no mundo.

Ao som de músicas de Sergio Mendes, Carlinhos Brown e Jorge Benjor, para só falar dos brasileiros, o Rio deslumbra com suas belezas bem desenhadas.

E, claro, tratando-se do Rio e do Carnaval, nada melhor que acabar na Sapucaí, no desfile das escolas de samba, o maior espetáculo a céu aberto que se conhece.

Carlos Saldanha, conhecido pela animação “Era do Gelo”, acertou em cheio em “Rio” que tem tudo para agradar o público brasileiro e internacional, adultos e crianças.

Afinal, bicho e natureza são os temas da hora e Saldanha não faz de “Rio” um samba exaltação. Fala tanto das belezas como das mazelas de uma cidade habitada por seres humanos simpáticos mas nem todos ”do bem”, com mão leve e carinho. Há um frescor de emoções singelas que encanta, seja na versão 3D legendada ou dublada.

Aproveitem a chance do filme estar passando em muitos cinemas e não percam “Rio”. Vocês vão adorar.

domingo, 10 de abril de 2011

Turnê

“Turnê”- “Tournée”, França, 2010 Direção : Mathieu Amalric

“Turnê”- “Tournée”, França, 2010

Direção : Mathieu Amalric



É um filme agridoce. Tem momentos de comédia, outros de drama. Como a vida.

Entre plumas já meio gastas, boás que precisam de remendos e paetês que ainda brilham, apresentam-se as artistas do neo-burlesco americano para o público francês.

Elas não são o tipo que a gente se acostumou a ver fazendo “strip-tease”. Mas recebem aplausos calorosos do público feminino e masculino que entende o que elas querem comunicar: alegria e sensualidade.

Apesar das gordurinhas e das rugas ou, ao contrário, até por causa delas, essas mulheres enfrentam o palco com coragem, vontade de agradar e humor. Principalmente humor.

O diretor do filme que é conhecido como ator, Mathieu Amalric, e que faz o empresário do show, um tipo decadente, para quem a vida não está exatamente sorrindo, ganhou o prêmio de direção em Cannes no ano passado.

Entrevistado, ele ressaltou essa condição essencial do humor:

“- Quando se tem humor e se encara até as dificuldades como parte de toda a experiência, nada pode ser tão ruim”.

Com seus cabelos vermelhos, rosa, louro oxigenado e perucas extravagantes, cinco americanas com nomes de “guerra” hilários como Kitten on the Keys, Dirty Martini, Evie Lovelle, que não são atrizes profissionais, são as meninas que Joachim Zand, o empresário do show, faz desfilar com espantosas bijuterias, estrelas e pompons colados nos mamilos e tapa-sexos de contas brilhantes em bundas enormes e seios cansados.

Elas cantam, tocam piano, dublam, sacodem os cachos e os peitos e encantam as platéias que aplaudem e assoviam porque se comovem com a beleza delas, seu talento e imaginação.

Nos trens, vans e hotéis baratos em que se hospedam durante a turnê pela França, elas são uma família. Amparam-se mutuamente, riem, choram, trocam confidências. São solidárias até com o empresário que faz com elas uma turnê interiorana e não consegue o teatro para o tão sonhado show em Paris.

Mathieu Amalric, que foi um dos escritores do roteiro, conta em entrevista em Cannes que se inspirou em um texto da famosa escritora Colette. Ela era atriz e, aos 30 anos, participou de shows nos quais representava pequenas cenas com pouca roupa, o que causava escândalo e sensação. Fruto dessa experiência, ela escreveu “L’Envers du Music Hall”.

Amalric diz que encontrou no neo-burlesco americano, a tradução atual para o que Colette escreveu. E assim nasceu o roteiro.

Aliás , foram as próprias intérpretes que inventaram a coreografia e os figurinos que vemos no filme.

“Turnê” é uma homenagem à solidariedade, à beleza fora dos cânones oficiais, à sensualidade e à vontade de viver.

Mas, acima de tudo, põe em destaque a força de mulheres que tem o poder de transformar a vida em algo que vale a pena viver, mesmo que em meio a dificuldades e desenganos.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Tributo à Elizabeth Taylor

Tributo à Elizabeth Taylor (1932-2011) >



Tributo à Elizabeth Taylor (1932-2011)



Das estrelas de Hollywood, uma sempre foi a preferida de muitos – Liz Taylor. Com os olhos “de uma cor que mais ninguém possui”, como diria Roberto Carlos, azul de violetas, passava através deles algo que foi notado pelos que a rodeavam: parecia mais velha do que era, desde menina.

Uma alma antiga? Profundo e misterioso aquele olhar violeta...

Seus pais, Sara Warmbrodt e Francis Taylor, eram amigos de infância e casaram-se em 1926 em Nova Iorque. Ela atriz de teatro, ele “marchand” de quadros. Deles, Liz herdou sangue alemão, irlandês e escocês, além de talento para representar e gosto estético.

Quis o destino que eles se mudassem para Londres onde Francis foi dirigir a galeria de arte de seu tio rico.

Sara abandonou o teatro e teve seu primeiro filho em 1929.

Moravam em uma casa espaçosa, cercada de jardins, em um “chic” bairro londrino.

Quando Elizabeth nasceu, em 27 de fevereiro de 1932, deu um susto em todo mundo. O corpo dela era todo coberto por uma feia penugem negra. Hipertricose residual foi o diagnóstico. Passaria logo mas, enquanto não passou, as visitas ficavam penalizadas.

Mas, a partir daí, ela não parou mais de encantar a todos com seus olhos violeta cercados por dupla fileira de cílios espessos, cabelereira negra e a pinta do lado direito do rosto, “marca de beleza”, como se dizia. Quando cresceu, cintura fina e seios generosos completavam a imagem feminina e sensual que ela passava no cinema.

E tudo começou porque a família teve que abandonar Londres em 1939 por causa da guerra, para se instalar em Los Angeles, perto de Hollywood.

Ao ver a pequena Elizabeth na rua ou no colégio de classe alta que ela freqüentava, todos insistiam com sua mãe para que a levasse para um teste no cinema.

Foi assim que Liz começou, aos 9 anos, uma carreira de 60 anos nas telas, sendo a única atriz- mirim que deu certo como atriz adulta.

“National Velvet” de 1944, fez dela uma estrela aos 12 anos. As aulas de equitação que tivera em Londres, foram úteis ao papel da garota que treinava seu cavalo para vencer uma corrida nacional.

Começou então a paixão da câmara e do público por Elizabeth Taylor.

Na adolescência fez muitos filmes e o mais marcante foi “Quatro Destinos” em 1949, a história de quatro irmãs durante a guerra, esperando o pai voltar, que foi um sucesso. Liz fazia Amy, de peruca loura e um pregador de roupa no nariz na hora de dormir, para afinar o que considerava um nariz nada aristocrático.

Aos 17 anos filmou “Um Lugar ao Sol” ao lado de Montgomery Clift e ficaram amigos por toda a vida.

Casou-se aos 18 com o herdeiro Nick Hilton mas o casamento durou apenas meses.

Aos 20, encontrou o segundo marido, Michael Wilding, nas filmagens de “Ivanhoé”. Tiveram dois meninos.

Um de seus grandes filmes acontece em 1956, “Assim Caminha a Humanidade”, contracenando com Rock Hudson e James Dean, que também se tornaram seus amigos. Liz gostava de homens “gays” e eles sempre a adoraram.

Em 1957 foi indicada ao primeiro Oscar por “Árvore da Vida”.

Tinha 25 anos quando se casou com Michael Todd. Um grande amor. Converteu-se ao judaísmo e daí em diante sempre defendeu as causas de Israel. Tiveram uma filha, Liza.

Liz ficou destroçada quando ele morreu em um desastre de avião.

O melhor amigo do terceiro marido era Eddie Fisher e todo mundo conhece a história que fez a delícia das colunistas de escândalos da época. Ele abandonou Debbie Reynolds e casou-se com Elizabeth em 1958, tornando-se o quarto marido.

No cinema, nesse mesmo ano, ela filma com Paul Newman,"Gata em Teto de
Zinco Quente” e seu papel como “Maggie, the cat”, marca o momento em que o salário dela começou a ser um dos maiores da indústria do cinema.

A foto de 1959 durante a filmagem de “De repente no Último Verão”, com aquele maiô branco, é um dos mais belos retratos de Liz. Inesquecível.

Então, aos 34 anos, faz a garota de programa de luxo, vestindo uma “sexy” combinação de cetim em “Disque Butterfield 8 “ e ganha seu primeiro Oscar.

Mas a grande mudança em sua vida ainda estava para acontecer. O convite para filmar “Cleópatra” veio acompanhado por um salário de 1 milhão de dólares.

E ela contracena com Richard Burton, seu Marco Antonio. Paixão.

O filme ficou famoso por causa do romance entre os dois e das brigas violentas do casal. Burton, o quinto marido, foi o segundo amor de Liz.

Jóias, ela dizia, eram o terceiro amor em sua vida. E Burton sabia disso.

Como presente de casamento ela ganhou o diamante Krupp de 33 quilates. Logo depois Burton comprou para ela a famosa pérola “La Peregrina”, que tinha enfeitado o colo de tantas rainhas. Quando ela fez 40 anos ganhou o diamante Taj-Mahal, em forma de coração.

Mas o presente mais vistoso foi o diamante Taylor-Burton, comprado da Cartier e que tinha 69.42 quilates em forma de pêra. Custou 1 milhão de dólares.

Foi durante seu casamento com Burton que Liz recebeu seu segundo Oscar pelo papel de Martha de “Quem tem medo de Virginia Woolf?”, em 1966, contracenando com ele. Tinha 34 anos e teve que fazer uma maquiagem especial para parecer mais velha e decadente.

Elizabeth e Burton ficaram casados de 1964 a 1974, divorciaram-se e voltaram a se casar em 1975 por pouco tempo. Adotaram uma filha, Maria. E Liz contava Burton como o quinto e sexto marido.

O sétimo seria o senador John Warner com quem ficou casada até 1982.

Nessa época internou-se na Clinica Betty Ford. A primeira de algumas vezes. Bebida, tranqüilizantes e analgésicos eram o problema.

Aos 51 anos voltou a contracenar com Burton na Broadway na peça “Private Lives”, um ano antes da morte dele causada por um enfarto fulminante aos 58 anos. Liz ficou destruída mais uma vez.

Sua vida nos anos que se seguiram foi marcada por vários problemas de saúde que a levaram a muitas cirurgias e hospitalizações.

Em 1985, quando morre de AIDS seu amigo Rock Hudson, ela passa a participar ativamente na luta contra a doença através da Elizabeth Taylor AIDS Foundation.

Com 59 anos casa-se com o oitavo e último marido, que conhecera na Clinica Betty Ford, Larry Fortensky, numa cerimônia na propriedade Neverland de Michael Jackson, de quem foi íntima amiga. Separaram-se em 1995.

Em 2000, a grande estrela de cinema recebe o titulo de “Dame”das mãos da Rainha da Inglaterra, que muitos anos antes, ainda Princesa Real, visitara o camarim da mãe de Liz na estréia de uma peça em Londres, ofertando-lhe um broche de brilhantes.Coincidência feliz.

Em 2003, Elizabeth Taylor anuncia que não fará mais filmes.

E, em 23 de março de 2011 morre de insuficiência cardíaca, doença ligada à mutação genética que, ironicamente, a premiara com sua dupla fileira de cílios...

Mas, da mesma forma que admiramos o brilho de estrelas já mortas em noites escuras, Liz continuará refulgindo por muito tempo.

Seus filmes poderão ser vistos no cinema ou em nossas casas e neles vamos nos encantar sempre com as jóias mais belas que ela tinha, os olhos violeta e com seu talento de atriz, que ainda vai surpreender muitas gerações de fãs de cinema.